segunda-feira, 8 de junho de 2015

Descoberto novo tratamento para cancro

Ficha de Leitura nº 9
Unidade de Ensino: Imunidade e controlo de doenças
Conteúdo/Assunto: Um viros trata o cancro
Resumo: Cientistas descobriram que usando o vírus do herpes modificado em laboratório conseguem atacar o melanoma, conhecido por cancro da pele.




Descoberto novo tratamento para cancro
Cientistas descobriram que usando o vírus do herpes modificado em laboratório conseguem atacar o melanoma, conhecido por cancro da pele.
Doentes com a doença em estado particularmente agressivo foram tratados com sucesso com esta medicação feita à base do vírus do herpes. Uma conquista do Institute of Cancer Research de Londres que abre caminho a toda uma nova geração de tratamentos oncológicos.
O sucesso deste ensaio clínico mostra ainda a importância da viroterapia, técnica em que uma doença é usada para atacar outra. Se for aprovado pelas autoridades de saúde, o medicamento chamado T-VEC, poderá começar a ser comercializado já no ano que vem, prevê Kevin Harrington, o investigador em terapias biológicas que liderou este trabalho.
Esta terapia assume ainda uma importância maior por conseguir combater o cancro mesmo quando a doença já se disseminou pelo corpo.
Dos 400 doentes que participaram no ensaio clínico, um em cada quatro respondeu ao tratamento e entrou em remissão. Cerca de 10% dos doentes entraram em remissão total, sem cancro detectável neste momento. Se assim se mantiverem por cinco anos, consideram-se curados.


Fonte: Semanário Sol,  27/05/2015 12:07:09
http://sol.pt/noticia/393724

Estudo abre porta a tratamento do cancro com infravermelhos

Ficha de Leitura nº 8
Unidade de Ensino: Imunidade e controlo de doenças
Conteúdo/Assunto: Estudo para tratamento do cancro
Resumo: Foi descoberta uma nova reação química em que uma sonda fluorescente muda de cor quando ligada a um anticorpo e a outras biomoléculas, bem como a uma grande variedade de nanopartículas.


Estudo abre porta a tratamento do cancro com infravermelhos
Foi descoberta uma nova reação química em que uma sonda fluorescente muda de cor quando ligada a um anticorpo e a outras biomoléculas, bem como a uma grande variedade de nanopartículas.
Um estudo desenvolvido pelo Instituto Químico de Sarria (IQS), em Espanha, abriu a porta à possibilidade de diagnosticar e tratar o cancro com luz infravermelha.
O estudo, que foi publicado na revista Chemical Communications, da Sociedade Real de Química, em Londres, foi realizado pelo professor de Química Física da IQS Santi Nonell, pelo especialista em síntese orgânica Thibault Gallavardin e pelo investigador de doutoramento do IQS Oriol Planas.
A investigação, desenvolvida pelo Laboratório de Fotoquímica do IQS, descobriu uma nova reação química em que uma sonda fluorescente muda de cor quando ligada a um anticorpo e a outras biomoléculas de interesse médico, bem como a uma grande variedade de nanopartículas.
Conforme relatado pela IQS, universidade científica dos jesuítas, a marcação de anticorpos, biomoléculas e nanopartículas com sondas fluorescentes é uma técnica usada em ensaios clínicos e em diagnóstico por imagem.
Recentemente, tem começado também a ser usada para guiar intervenções cirúrgicas em tempo real, mas um dos principais problemas das sondas atualmente disponíveis é que a sua emissão encontra-se na região visível do espectro e sobrepõe-se a autofluorescência própria dos tecidos biológicos.
No entanto, as sondas fluorogénicas desenvolvidas no IQS resolvem este problema através da mudança de cor, que permite distinguir as sondas ligadas ao anticorpo das separadas.
Além das suas propriedades fluorescentes, as sondas ligadas ao anticorpo podem ser ativadas com luz para gerar formas reativas de oxigénio e induzir a morte das células hospedeiras com elevada seletividade e eficácia, explicou o IQS.




Fonte: DN, 06 junho 2015 
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=4610779&page=-1

A história dos nossos encontros com os vírus numa gota de sangue

Ficha de Leitura nº 7
Unidade de Ensino: Imunidade e controlo de doenças
Conteúdo/Assunto: Imunidade de memoria
Resumo: Uma nova técnica que fornece rapida e facilmente o “perfil viral” individual de qualquer pessoa a partir de uma amostra de sangue poderá permitir perceber, como nunca foi possível até aqui, as relações entre vírus e doenças humanas



Chama-se VirScan e faz exactamente o que o seu nome indica: detecta todos os anticorpos dirigidos contra vírus contidos no nosso sangue. Pela primeira vez, uma equipa internacional de cientistas desenvolveu, assim, um teste global de despistagem dos vírus actuais e passados a que fomos expostos. Os resultados foram publicados online na quinta-feira pela revista Science.
Quando somos expostos a um vírus, ao fim de algumas semanas geramos anticorpos especificamente dirigidos contra certas proteínas desse vírus, que podem, aliás, permanecer durantes décadas no soro do nosso sangue. Porém, hoje em dia, testes como os célebres ELISA só detectam um anticorpo antiviral de cada vez – e apenas para um reduzido número de vírus causadores de doenças humanas.
Assim, para saber se fomos infectados(as) por um dado vírus (VIH, hepatite B, ébola, gripe e por aí fora), o nosso médico terá de fazer alguma ideia da identidade desse vírus antes de escolher o teste a realizar. E se um resultado for negativo, será necessário realizar outros testes.
Esta limitação poderá agora vir a ser ultrapassada pelo VirScan, que também funciona a partir de uma amostra de sangue. Desenvolvido pela equipa do norte-americano Stephen Elledge, da Universidade de Harvard e do Howard Hughes Medical Institute (HHMI), juntamente com colegas na África do Sul, Peru, Tailândia, Alemanha e Espanha, foi agora testado em voluntários dos quatro cantos do mundo.
O VirScan faz, basicamente, um “varrimento” em simultâneo de todos os anticorpos contidos no sangue de uma pessoa dirigidos contra qualquer uma das 206 espécies de vírus conhecidas por serem capazes de infectar os seres humanos. Como cada vírus possui uma série de variantes ou estirpes conhecidas, isso corresponde, na realidade, a testar a presença de mais de mil estirpes virais. Obtém-se daí um “perfil viral” que traça a história, passada e presente, dos contactos do fornecedor da amostra de sangue com os vírus potencialmente perigosos para a nossa saúde.
“Desenvolvemos uma metodologia de rastreio que nos permite, essencialmente, olhar para trás no tempo, no soro [do sangue] das pessoas, e ver quais os vírus a que foram expostas”, diz Elledge em comunicado do HHMI. “Em vez de testar um único vírus de cada vez, o que é muito trabalhoso, podemos detectá-los todos ao mesmo tempo – numa única ida às compras, por assim dizer.”
Para desenvolver o teste, os cientistas começaram por sintetizar no laboratório 93.000 fragmentos de ADN que codificam diversos segmentos de proteínas virais susceptíveis de serem reconhecidas pelos anticorpos humanos. E a seguir, explica o mesmo documento, introduziram cada um desses bocados de ADN viral dentro de bacteriófagos, que são vírus que apenas infectam bactérias. Cada um desses bacteriófagos reproduziu assim, graças à sua maquinaria genética, o fragmento de proteína viral “estrangeira” em causa e passou a mostrá-la, tal como uma antena, à sua superfície. Ora, são precisamente essas antenas que os anticorpos de uma pessoa exposta a um vírus reconhecem quando tornam a encontrar esse vírus – e é nesta “memória imunitária” que se baseiam os testes habituais de despistagem viral.
Recapitulando: os cientistas obtiveram desta forma uma autêntica “biblioteca” de bacteriófagos que apresentavam, na sua membrana externa, a “assinatura molecular” de uma (e uma só) das mais de 1000 estirpes conhecidas de vírus que infectam humanos. Todos os vírus conhecidos constavam, portanto, do catálogo.
À pesca de anticorpos
Para detectar os vírus numa dada pessoa (“uma análise que requer menos de um microlitro de sangue”, escrevem os autores), o conjunto de bacteriófagos é misturado com o sangue do dador e, passados uns tempos, recuperam-se apenas os anticorpos que se ligaram a um bacteriófago (ou seja, aqueles que reconheceram o fragmento de proteína viral transportada por esse bacteriófago). Por último, sequencia-se o ADN desses bacteriófagos para identificar quais as proteínas virais que foram reconhecidas pelos anticorpos humanos contidos na amostra de sangue. Segundo Elledge, uma vez optimizado o processo, a análise de 100 amostras de sangue deverá demorar dois a três dias – e o seu custo por amostra rondará os 20 euros.
Numa primeira fase de testes, os cientistas analisaram amostras de sangue de pessoas infectadas pelo VIH e a hepatite B. “Funcionou muito bem”, diz Elledge. “Não houve falsos positivos e a sensibilidade do teste foi superior a 95%”. Na segunda fase, a equipa analisou os vírus contidos em amostras de sangue de 569 voluntários oriundos dos EUA, África do Sul, Peru e Tailândia, escrutinando cerca de 100 milhões de potenciais interacções vírus-anticorpo. Resultado: em média, cada pessoa possuía anticorpos contra dez espécies de vírus – embora em dois casos esse número tenha atingido 84. Por outro lado, alguns vírus eram mais comuns nos adultos do que nas crianças, devido a um efeito da idade.




Fonte: Público,  
 http://www.publico.pt/ciencia/noticia/a-historia-dos-nossos-encontros-com-os-virus-numa-gota-de-sangue-1697900                   

quinta-feira, 4 de junho de 2015

POLUIÇÃO LUMINOSA AFETA HUMANOS, PLANTAS E ANIMAIS

Ficha de Leitura nº 9
Unidade de Ensino: Preservar e recuperar o meio ambiente
Contéudo/Assunto: Impacto da poluição luminosa
Resumo: A poluição luminosa causada pela iluminação pública, viária, de monumentos, desportiva ou publicitária, tem um grande impacto na saúde das pessoas, animais e plantas, em especial nas grandes cidades, segundo um especialista.

POLUIÇÃO LUMINOSA AFETA HUMANOS, PLANTAS E ANIMAIS



De acordo com Pedro Telhado, do Centro Português de Iluminação (CPI), a poluição luminosa "é toda a iluminação interior ou exterior artificial, produzida pelo homem, [sendo algo] recente e que tem evoluído muito porque a sociedade vive 24 horas por dia".

A mais falada é a relacionada com situações em que "a luz incide onde não deve incidir, tanto a nível de locais como a nível da atmosfera, do céu", especificou à agência Lusa, falando a propósito do Dia Mundial do Ambiente, que se assinala na sexta-feira, e quando decorre o Ano Internacional da Luz.

A principal fonte de poluição é a iluminação pública, viária, de monumentos, desportiva ou publicitária.

Numa rua ou monumento, por exemplo, uma quantidade de luz direta pode ir além do espaço a que se destina ou refletir no pavimento ou na fachada dos edifícios e desloca-se para a atmosfera, provocando poluição luminosa, um aspeto sem legislação específica.

Sem contraste suficiente

A mais visível consequência da poluição luminosa é que "nas cidades não vemos o céu estrelado", mesmo que a noite não tenha lua e o céu esteja limpo porque "a luz que sai das cidades contamina de tal maneira que não temos o contraste suficiente para nos apercebermos da beleza" da natureza, relatou o fundador do CPI.

Na saúde, adiantou, "o impacto é enorme, [pois] o ser humano tem o seu ritmo circadiano imposto pela luz [natural], no qual, através do olho, o cérebro interpreta a situação de dia e de noite e, na ausência de luz, o corpo produz melatonina que abranda o ritmo biológico e leva a dormir", permitindo a regeneração de células.

"Com a poluição luminosa não conseguimos produzir melatonina suficiente e altera todo este ciclo", realçou Pedro Telhado, acrescentando que nas profissões noturnas, cada vez mais frequentes, isto não funciona e citou estudos a apontar para a existência de "maior incidência de doenças, como diabetes ou cancro da mama, em pessoas expostas a outros ciclos de luz ou a poluição luminosa externa".

Plantas e animais a viver na cidade estão "formatados" para o ciclo dia-noite e um jardim iluminado durante a noite impede a flora de concretizar as suas funções e afeta o comportamento de aves que podem ser atraídas pelas luzes e chocar com edifícios.

"A Reserva Dark Sky Alqueva é a prova de que se pode retirar frutos económicos de ter um céu limpo, sem poluição luminosa. Há um turismo crescente que procura estes locais e o Alqueva tem qualidades de céu quase únicas no mundo", descreveu Pedro Telhado.

Recordando que as cidades portuguesas têm mais luz que a média europeia, o especialista lista problemas como a falta de legislação, a ausência de técnicos certificados nos projetos de iluminação, ou a existência de "poucos ou quase nenhuns planos diretores de iluminação, que deviam ser parte integrante dos Planos Directores Municipais".

Quanto a soluções, Pedro Telhado defendeu não serem de difícil implementação e exemplificou com a decisão de fechar as luzes durante a noite, "das ações talvez das mais fáceis de fazer, das mais rápidas de ter resultados, e já adotadas em muitas cidades a nível mundial", tal como em alguns municípios portugueses.

Fonte: http://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/poluicao-luminosa-afeta-humanos-plantas-e-animais?artigo-completo=sim

O lince-ibérico está preparado para voltar. E nós, estamos?

Ficha de Leitura nº 8
Unidade de Ensino: Preservar e Recuperar o meio ambiente
Conteúdo/Assunto: Comportamento do Homem em relação à Natureza (sensibilização)
Resumo: Será que estamos disponíveis para partilhar o nosso território com a fauna selvagem que nele habita?

O lince-ibérico está preparado para voltar. E nós, estamos?

Os portugueses gostam de causas e para estas facilmente se mobilizam, pelo menos enquanto se mantém o entusiasmo do momento. No campo da conservação do ambiente, até conseguem ser sensíveis à necessidade de protecção das espécies, em particular se por estas sentirem afinidade.
A resistência começa a surgir quando, para que estas espécies possam existir, são necessárias alterações de fundo à sua forma de viver ou de desenvolverem a sua actividade. Não falo aqui da separação do lixo, ou poupança de água. Introduções importantes na vida dos portugueses, e que já vão fazendo parte do dia-a-dia da maior parte de nós, mas que não implicam grandes alterações na nossa forma de viver. Refiro-me sim quando somos privados de algo que é importante para nós, pelo impacto que isso pode vir a ter na sobrevivência das espécies, ou quando somos forçados a tomar medidas dispendiosas para mitigar esse impacto.
Foi demasiada a fauna selvagem que o nosso país foi votando à extinção, dentro das suas fronteiras. Por termos, pouco a pouco, irrompido no seu território, fragmentando-o e tornando impossível a sua vivência em segurança, pela caça que dirigimos às suas presas, ou mesmo aos próprios animais da sua espécie.
Já há algum tempo que tem sido efectuado um excelente trabalho de recuperação de algumas espécies emblemáticas, com alguns sinais de sucesso. Como a foca-monge-do-Mediterrâneo (Monachus monachus), timidamente a tentar recuperar de uma população que chegou a contar com apenas 6 a 8 exemplares; ou o lobo-ibérico (Canis lupus signatus), cujos defensores se debatem com a impopularidade desta espécie junto de criadores de gado, que muitas vezes confundem os ataques aos seus animais por parte de cães selvagens como se de lobo se tratassem, e não sendo ainda ajudados, na necessária sensibilização das populações, por responsáveis governamentais que sonham com o dia em que poderão vir a caçar esta espécie outra vez. Noutros casos, beneficiámos dos esforços dos nossos vizinhos espanhóis, como no que respeita à cabra-montês (Capra pirenayca) em que, devido à reintrodução de exemplares no seu território e que passaram a fronteira, pudemos voltar a contar com a presença deste simpático herbívoro. Outras espécies, infelizmente, ainda têm muito caminho a percorrer, como o lince-ibérico (Lynx pardinus) ou o abutre-preto (Aegypius monachus).
O caso do lince-ibérico, com um excelente trabalho por parte dos profissionais do Centro Nacional de Reprodução daquela espécie, tem sido o mais mediático. Em particular, e nos últimos tempos, com a reintrodução em território nacional dos primeiros exemplares.
Mas o excelente trabalho de todos estes profissionais, do estado ou de organizações não-governamentais, tem esbarrado constantemente no problema de raiz - a impreparação do nosso país e dos seus cidadãos para aquilo que implica a convivência com estas espécies. Muito recentemente lia nas notícias que mais cinco abutres tinham sido encontrado mortos em Miranda do Douro. Quatro abutres-pretos e um abutre-do-Egipto (Neophron percnopterus), aves pertencentes a espécies ameaçadas e que tinham sido vítimas de envenenamento. Envenenamento que também foi a causa da morte de uma fêmea de lince-ibérico, no passado mês de Março e que continua a ser uma das principais ameaças a muitas outras espécies, como o próprio lobo-ibérico. O veneno, ainda que fazendo parte de uma prática ilegal, é muito usado como controlo de predadores de espécies da caça ou mesmo de animais domésticos. Desde 2004 o Programa Antídoto - Portugal procura fazer frente a esta prática, numa tentativa de inverter esta tendência.
Muitas das actividades que resultam na morte de espécies ameaçadas, não visam as mesmas. No entanto, não há uma sensibilidade naqueles que as praticam para a necessidade de protecção destas espécies. E quando me refiro àqueles cujas actividades (que não se esgotam, de todo, no uso ou não de venenos) chocam com a existência destas espécies, incluo responsáveis governamentais e autárquicos, não apenas o cidadão comum.
Sem esta sensibilização, pela qual muitas organizações lutam no dia-a-dia, o trabalho de todas estas pessoas será infrutífero. Bem podemos trabalhar na reabilitação destas espécies, mas enquanto o país não estiver disponível para trabalhar na mesma direcção, os problemas que levaram ao seu desaparecimento vão continuar a impedir o tão desejado regresso ao nosso território.


Fonte: 
http://visao.sapo.pt/o-lince-iberico-esta-preparado-para-voltar-e-nos-estamos=f821798


Cocktail genético permitiu gerar células sensoriais do ouvido interno

Ficha de Leitura nº 7
Unidade de Ensino: Imunidade e controlo de doenças
Contéudo/Assunto: Criação de certo tipo de células poderá abrir caminho para novos tratamentos para a surdez.
Resumo: Equipa com liderança portuguesa encontrou uma "receita" para criar artificialmente células ciliadas que poderá abrir o caminho a futuros tratamentos de uma forma de surdez que afecta milhões de pessoas no mundo.


Cocktail genético permitiu gerar células sensoriais do ouvido interno


Na parte mais recôndita dos nossos ouvidos residem células sensoriais, ditas ciliadas por causa dos “pelinhos” (cílios) que as cobrem, que são essenciais à nossa audição (e também ao nosso sentido de equilíbrio). Mas são frágeis e não se regeneram espontaneamente – o que faz com que a sua perda cause perturbações auditivas permanentes.
Já foi possível produzir células ciliadas no laboratório, mas através de um procedimento complexo e de baixo rendimento. Agora, esta situação poderá vir a mudar: uma equipa internacional de cientistas, liderada por um biólogo português especialista do desenvolvimento, conseguiu produzir células ciliadas através de uma nova técnica que afirmam ser mais simples e eficiente. Os seus resultados foram publicados na última edição da revista Development.
As células ciliadas têm a particularidade de ser capazes de transformar as vibrações sonoras em sinais electroquímicos que a seguir são transmitidos ao cérebro pelo nervo auditivo e interpretados como sons. Podem ficar danificadas por muitas razões, que vão da exposição prolongada a ruído intenso, febres altas, certos vírus, alguns medicamentos – e, simplesmente, o natural processo de envelhecimento.
Por isso, milhões de pessoas no mundo estão mais ou menos gravemente incapacitadas do ponto de vista auditivo. Ora, se se conseguisse fabricar artificialmente estas células em grandes quantidades, os especialistas vislumbram que seria então possível desenvolver um dia técnicas de transplante celular para tratar este tipo de surdez.
A equipa de Domingos Henrique, do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, cujo laboratório está associado à Fundação Champalimaud, e colegas do University College de Londres (Reino Unido) decidiram experimentar uma nova estratégia para tentar gerar estas células no laboratório.
Segundo explicam estes cientistas no seu artigo, só se conhecem actualmente três proteínas reguladoras da actividade dos genes (o nome técnico é “factores de transcrição”) que são indispensáveis à formação das células ciliadas durante o desenvolvimento embrionário. E o que fizeram foi, numa primeira fase, pegar em células de embriões de ratinho capazes de dar origem a todos os tecidos do organismo e induzi-las a produzir, in vitro, esses três factores de transcrição (designados Atoh1, Gfi1 e Pou4f3). Se este cocktail funcionasse, as células embrionárias deveriam então originar células ciliadas do ouvido interno. Foi precisamente isso que aconteceu.
“Inserimos os três genes que codificam [esses] factores de transcrição em células estaminais embrionárias de ratinho e deixámos as células começarem a diferenciar-se”, disse ao PÚBLICO Domingos Henrique. “E mais de 70% das células converteram-se directamente em células ciliadas”.
Só com o Atoh1, as células diferenciam-se unicamente em neurónios, acrescenta, enquanto na presença dos três factores de transcrição “quase não aparecem neurónios”. Isto sugere fortemente que este cocktail “programa” as células embrionárias especificamente para se transformarem em células ciliadas.
A seguir, explica ainda Domingos Henrique, “o que fizemos foi tentar que essas células ciliadas avançassem mais na diferenciação in vitro – isto é, que acabassem o processo de morfogénese [formação] dos cílios, pois são estas estruturas que são a base de funcionamento das células ciliadas no ouvido”. Mas nesta segunda fase, ainda não foi possível obter “um processo de diferenciação final perfeito”, frisa.
A equipa quis ir mais longe, tentando por último ver o que aconteceria in vivo. “Fizemos a mesma manipulação genética em embriões de galinha, no tecido que dá origem ao ouvido. E as células no ouvido do embrião de galinha em que forçámos a expressão dos três factores de transcrição diferenciaram-se todas em células ciliadas idênticas às normais que lá estão.”
Mais: até surgiram células ciliadas em zonas onde normalmente não se formam. A combinação dos três factores de transcrição “é assim capaz de impor um programa de diferenciação em células ciliadas a células que não estavam programadas para isso”, conclui Domingos Henrique.
O próximo passo consistirá em produzir in vitro células ciliadas totalmente maturas e, a seguir, em aplicar esta estratégia a células humanas em cultura. “A produção de grandes números de células ciliadas irá permitir a selecção de compostos capazes de promover a regeneração celular”, explicam Domingos Henrique e a sua co-autora Aida Costa em comunicado da Fundação Champalimaud. “E a longo prazo, estas células também poderão ser um ponto de partida para desenvolver terapias de substituição destas células, com o objectivo final de restaurar as células ciliadas perdidas ou danificadas do ouvido interno”, concluem.

Fonte: http://www.publico.pt/ciencia/noticia/tecnica-genetica-permitiu-gerar-celulas-sensoriais-do-ouvido-interno-1697197

Estudo revela como insetos sobrevivem à chuva

Ficha de leitura nr: 9.


Unidade de ensino: Sustentabilidade.

Conteúdo/Assunto: Estudo revela como insetos sobrevivem à chuva.

Resumo: Estudo realizado afirma que para os insetos conseguirem sobreviver à chuva, "apanham boleia" com as gotas de água.

Estudo revela como insetos sobrevivem à chuva

    Quando chega o período chuvoso, temos o costume de imaginar que iremos nos livrar definitivamente das pragas. Contudo, para frustração, o que acontece é o inverso: além de resistirem às chuvas, novos insetos aparecem nessa época. 
O corpo minúsculo e extremamente leve do mosquito cumpre papel chave para a sobrevivência do inseto quando voa na chuva, segundo cientistas americanos.

    A filmagem demonstra que, em vez de se debater ou resistir às gotas de água, os insetos simplesmente “apanham boleia” com as gotas. “Se você é pequeno, a chuva pode ser muito perigosa. Mas parece que esses mosquitos são tão pequenos que estão seguros”, afirma o líder da equipe de pesquisadores, David Hu.


    David Hu e sua equipe conseguiu filmar, após várias tentativas, até conseguirem atingir mosquitos voadores com gotas de água e então registrar o resultado. Cada gota de água tinha entre duas e 50 vezes o peso de um mosquito, o que deixou os cientistas surpresos. “Existe a filosofia de que se você não resiste à força do seu oponente, você não vai senti-la, é por isso que eles não sentem a força, simplesmente se unem à gota, (os dois) tornam-se um e viajam juntos”, Hu explicou.

    Nesse ponto, entra em ação uma outra técnica de sobrevivência do inseto: os pelos que cobrem seu corpo são impermeáveis à água.
    Todos os mosquitos estudados pela equipe americana conseguiram se separar da gota de água antes de ela atingir o solo.

Fonte
http://divecel.blogspot.pt/2012_06_01_archive.html


Sónia Santos, nº22 12ºC