sexta-feira, 22 de maio de 2015

Lixo eletrónico: Mais de metade são pequenos eletrodomésticos

Ficha de Leitura nº 9

Unidade de Ensino: Preservar e Recuperar o meio ambiente

Conteúdo/Resumo: Em 2014 foram produzidas 41,8 milhões de toneladas de lixo elétrico ou eletrónico, mais dois milhões de toneladas do que em 2013,

Lixo eletrónico: Mais de metade são pequenos eletrodomésticos


Os pequenos eletrodomésticos de cozinha e casa-de-banho (tais como torradeiras ou secadores de cabelo) representam a maioria dos aparelhos eléctricos e eletrónicos descartados (quase 60%) em 2014. Outros dispositivos como os telemóveis, os computadores pessoais e as impressoras representam 7% do volume de e-waste gerado o ano passado.
E esta quantidade vai continuar a crescer, segundo o The Global E-waste Monitor 2014: Quantities, Flows and Resources, onde se prevê que o lixo eletrónico atinja os 49,8 milhões de toneladas em 2018. "A rápida inovação tecnológica e produtos com um tempo de vida cada vez mais curto, estão entre os fatores que contribuem para o aumento da quantidade de lixo eletrónico", pode ler-se no relatório. 
O lixo eletrónico constitui um valioso reservatório potencial de materiais recicláveis, especialmente metais (tais como o ferro, cobre, o alumínio) e metais preciosos (como o ouro e prata, por exemplo). Mas também é lixo tóxico, com substâncias perigosas que precisam de especial cuidado, tais como o mercúrio, o crómio e o cádmio.  
Os países industrializados têm sido responsáveis pela maior parte do lixo eletrónico produzido no Mundo. Sendo que maior parte do lixo eletrónico foi gerado na Ásia: 16 milhões de toneladas em 2014, ou que corresponde a 3,7 kg por cada habitante. A maior quantidade de lixo eletrónico por habitante foi gerado na  Europa (15,6 kg). Mas de acordo com o relatório, apenas dois países - Estados Unidos e China - geraram quase um terço de todo o lixo eletrónico mundial. Mas a realidade está a começar a mudar, com outros países a contribuírem cada vez mais para a 'montanha' de lixo eletrónico do mundo. A América Latina, por exemplo, contribuiu com cerca de 3,95 milhões de toneladas no ano passado. 
Apesar de nos países em vias de desenvolvimento o e-waste também estar a aumentar, estes dispõem de menores recursos para resolver este problema ambiental. Até aqui o modelo de tratamento deste tipo de lixo implicava  o envio do mesmo dos países que mais o geravam para os restantes (que acabam também por sofrer as nefastas consequências ambientais dos componentes tóxicos do e-waste). 
Agora, o think thank da Universidade das Nações Unidas (UNU) propõe um novo modelo global de partilha de responsabilidades, baseado num processo de reciclagem faseado, mais acessível e mais verde, para os países em desenvolvimento. A ideia é que os aparelhos sejam desmantelados nestes países e que os materiais perigosos daí resultantes sejam posteriormente tratados nos países de mais recursos. O conceito foi desenvolvido pelas instituições envolvidas no programa Solving the E-waste Problem (StEP) Initiative coordenado pela UNU. 

Fonte: http://visao.sapo.pt/lixo-eletronico-mais-de-metade-sao-pequenos-eletrodomesticos=f817098

A sobre-exploração de espécies

Ficha de Leitura nº 8

Unidade de Ensino: Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

Conteúdo/Resumo: Hoje em dia, os produtos da pesca são praticamente os únicos alimentos "selvagens" consumidos com regularidade nos países Ocidentais.

A sobre-exploração de espécies

Supõe-se que a introdução da agricultura e da pastorícia no nosso país terá sido feita por grupos de colonizadores oriundos do Mediterrâneo, que desembarcaram há cerca de 7500 anos no centro e sul de Portugal Continental. Depois disso, os nossos antepassados foram gradualmente deixando de depender da caça, da pesca e da recoleção.
Hoje em dia, os produtos da pesca são praticamente os únicos alimentos "selvagens" consumidos com regularidade nos países Ocidentais. E a pesca já não é o processo rudimentar de outros tempos, havendo inúmeras artes de pesca, GPS e sonares sofisticados que devem pôr peixes e outros seres marinhos a pensar: "Mas como é que aqueles humanos nos conseguem apanhar tão facilmente?"
Um dos riscos que corremos quando gerimos a exploração de uma espécie é a sua sobre-exploração. Ou seja, poderá haver um excesso de capturas que ultrapassa a sua capacidade de reposição, tendo em conta as suas taxas naturais de reprodução e mortalidade. E se insistirmos nesta forma de exploração durante algum tempo, essa população (ou mesmo espécie) pode extinguir-se. Um conceito conhecido como "tragédia dos comuns" explica este conflito entre o interesse privado e o interesse comum. Por exemplo, numa zona de caça sem restrições, poderá haver caçadores que matam tudo o que conseguem para aumentar o seu lucro pessoal, mesmo que seja vantajoso para todos manter um número mínimo de coelhos que assegure a sua existência a longo prazo. Ainda por cima, parece que aquela história dos mágicos conseguirem tirar coelhos das cartolas não passa de um truque. O que é uma grande chatice.
A pesca é um exemplo clássico da "tragédia dos comuns", em que os pescadores podem levar determinado stock de peixe à exaustão. Por exemplo, isso aconteceu com o stock de bacalhau na Terra Nova (Canadá), que colapsou em 1992 devido ao excesso de pesca. Mesmo depois da implementação de várias medidas de proteção a esta espécie, o nosso fiel amigo ainda não recuperou nesta área. Estima-se, também, que atualmente 53% dos stocks pesqueiros marinhos mundiais sejam explorados nos limites da sua sustentabilidade, e que 28% desses stocks sejam sobre-explorados. Portanto, se esta situação se mantiver, é provável que este recurso natural diminua no futuro. De qualquer forma, podemos sempre pegar na cana-de-pesca e ir apanhar peixinhos da horta.
Em Portugal, também há recursos pesqueiros que são sobre-explorados, o que quer dizer que este é um mal que não aflige só os trabalhadores portugueses. Por exemplo, os stocks nacionais de lagostim e pescada foram avaliados como sobre-explorados em 2004. Apesar da União Europeia ter imposto um plano de recuperação em ambos os casos, em 2009 o estatuto dos stocks de lagostim portugueses foram considerados como "indefinidos", e o estatuto dos stocks da pescada se mantinham-se "sobre-explorados".
No entanto, a maioria da pesca no nosso país é artesanal e costeira, feita em embarcações de pequeno porte e pescando para consumo local. Este tipo de atividade tem impacto ambiental geralmente menor do que a pesca industrial, em que são usadas embarcações de grande dimensão e artes de pesca menos sustentáveis. A pesca em Portugal também é centrada em espécies em bom estado de conservação, o que contribui para reduzir o problema da sobre-exploração. Por exemplo, a sustentabilidade da pesca da sardinha em Portugal foi certificada em Janeiro de 2010 pela organização Marine Stewardship Council, sendo a única espécie de peixe da Península Ibérica a possuir esta distinção. Apesar das suspensões desta certificação em 2012 e 2014, tem havido um esforço para que os stocks nacionais desta espécie voltem a ser sustentáveis. E ainda bem, porque dificilmente arranjamos um peixe tão bom como a sardinha para comer no pão durante os Santos Populares.
Tendo em conta a atual situação na exploração de pescas a nível mundial e o crescimento da população humana previsto para as próximas décadas, é provável termos de lidar no futuro com problemas relacionados com a sustentabilidade dos recursos pesqueiros. Por isso, é recomendável respeitar os limites de capturas apontados pelos cientistas, para que esses recursos continuem a ser renováveis. Mas se tudo correr mal, podemos rezar por um milagre da multiplicação dos peixes e já está.

Fonte: 
http://visao.sapo.pt/a-sobre-exploracao-de-especies=f816015


Nabu/Quercus avaliam poluição dos grandes navios de cruzeiro em Lisboa

Ficha de Leitura nº 7

Unidade de Ensino: Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

Conteúdo/Resumo: A Naturschutzbund Deutschland (NABU) (uma associação de defesa do ambiente alemã), em colaboração com a Quercus, no âmbito do projeto europeu "Clean Air in Ports", pretende sensibilizar os operadores navais para a redução das emissões das suas frotas. 

Nabu/Quercus avaliam poluição dos grandes navios de cruzeiro em Lisboa



O carbono negro é o segundo maior contributo para as alterações climáticas, a seguir ao dióxido de carbono, e é transportado por partículas muito finas que resultam da combustão incompleta de combustíveis fósseis e biomassa. O combustível utilizado pelos navios de cruzeiro é cerca de 3.500 vezes mais poluente do que o gasóleo utilizado pelos automóveis e camiões. 
As medições que estão a ser efetuadas recorrem a dois equipamentos portáteis TSI P-Trak (para medir emissões de partículas) e MAXDOAS (para medir emissões indiretas de óxidos de enxofre, SOx, e óxidos de azoto, NOx). 
Nos últimos anos, Lisboa não tem cumprido a legislação sobre qualidade do ar, e apesar do maior contributo para o incumprimento estar associado às emissões do tráfego rodoviário, o aumento do tráfego de navios de grande porte - carga e cruzeiros - que se tem verificado no Porto de Lisboa nos últimos anos pode ser um contributo adicional para os níveis globais de poluição, se existirem condições atmosféricas que não favoreçam a dispersão destes poluentes. 
Segundo o último relatório de atividade sobre os navios de cruzeiro disponível na página do Porto de Lisboa (com dados referentes a 2013), o tráfego de navios de cruzeiro tem vindo a aumentar nos últimos anos. O número de escalas de navios de cruzeiro no Porto de Lisboa registou, de 2009 a 2013, um crescimento médio anual de 3%, passando de 294 escalas, em 2009, para 353 escalas, em 2013, o que correspondeu a um aumento de 20%. Comparativamente com 2012, verificou-se um crescimento de 12%. 
No que diz respeito ao volume de passageiros, o Porto de Lisboa registou de 2009 a 2013 um crescimento médio anual de 7%, passando de 415,7 mil em 2009 para mais de 558 mil passageiros em 2013, um crescimento de 34%. O mês de abril é, de um modo geral, um dos meses do ano com um maior número de escalas, dando início ao período dos cruzeiros no Mediterrâneo. O Terminal de Cruzeiros de Lisboa, que inclui Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco, é o que regista a maior taxa de utilização (78%, em 2013). 
A poluição atmosférica emitida pelo transporte marítimo manifesta-se através da emissão de gases com efeito de estufa (GEE) incluindo o dióxido de carbono (CO2), e pela emissão de outros poluentes atmosféricos, como os óxidos de azoto (NOx), óxidos de enxofre (SOx) e partículas (PM). 
Em 2000, nos mares que circundam a Europa (o Mar Báltico, o Mar do Norte, a parte norte-nordeste do Atlântico, o Mar Mediterrâneo e o Mar Negro), as emissões anuais provenientes do transporte marítimo foram estimadas em 2,3 milhões de toneladas (SO2), 3,3 milhões de toneladas (NOx) e 250.000 toneladas de partículas (PM). Estas emissões poderão crescer entre 40 e 50% até 2020, segundo a tendência atual. 
No que diz respeito a emissões com impacto climático, o transporte marítimo emite cerca de 3% das emissões globais de GEE, e segundo previsões da Organização Marítima Internacional (OMI) poderá chegar a 10% das emissões globais de GEE até 2050.  
Em áreas de elevado tráfego de navios, podem ser encontrados níveis de poluição 50 vezes acima dos níveis médios existentes na proximidade de estradas dentro das cidades, o que pode ter efeitos negativos sobre a saúde. A poluição atmosférica causada pelo transporte marítimo internacional causa 50.000 mortes prematuras por ano na Europa, com custos para os sistemas de saúde avaliados em 58 mil milhões de Euros. 
É importante salientar que já existem tecnologias disponíveis para reduzir as emissões poluentes dos navios como, por exemplo, a instalação de filtros de partículas (que podem reduzir as emissões deste poluente até 99%) e outros equipamentos para redução de emissões, o uso de combustíveis navais mais limpos (com menor teor de enxofre), o recurso a energias alternativas (renováveis), entre outras.

Fonte: 
http://visao.sapo.pt/nabuquercus-avaliam-poluicao-dos-grandes-navios-de-cruzeiro-em-lisboa=f819394

domingo, 17 de maio de 2015

Descarga de amoníaco mata cem mil toneladas de peixe

Descarga de amoníaco mata cem mil toneladas de peixe


Ficha de leitura nr: 9

Unidade de ensino: Preservar e recuperar o meio ambiente.
Conteúdo/Assunto: Poluição das águas.
Resumo: Descarga de gases provoca a morte de milhares de peixes.



Descarga de amoníaco mata cem mil toneladas de peixe




Uma descarga de amoníaco no rio Fuhe, nos arredores de Wuhan, centro da China, matou cerca de cem mil toneladas de peixe, anunciaram esta quarta-feira, as autoridades locais.
Os exames realizados pela comissão de proteção ambiental da província de Hubei revelaram que a densidade de amoníaco nas águas do rio era de 196 mg por litro, "muito acima do padrão nacional".

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3402674

Tratamento inovador ao cancro da próstata disponível em Coimbra

Tratamento inovador ao cancro da próstata disponível em Coimbra 

Ficha de leitura nr: 8
Unidade de ensino: Imunidade e controlo de doenças.
Conteúdo/Assunto: Possível tratamento do cancro da próstata.
Resumo: O tratamento Radio 233, lançado no início do ano no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, permite uma melhoria da qualidade de vida dos doentes com cancro da próstata.
 


Tratamento inovador ao cancro da próstata disponível em Coimbra 

O tratamento, que já era administrado em duas instituições privadas, chegou agora, pela primeira vez, a um hospital público e, segundo a diretora do serviço de Medicina Nuclear do CHUC, Gracinda Costa, permite "dar qualidade de vida aos doentes" com cancro da próstata, controlando a dor provocada pelas metástases ósseas, podendo também registar-se "ganhos no aumento de vida".
O tratamento consiste na administração de uma substância radioativa (o Radio 233), através de seis injeções intravenosas, ao longo de seis meses, explanou.
O rádio, sendo um elemento químico análogo ao cálcio, vai fixar-se no osso. Deste modo, as metástases ósseas, como captam "mais cálcio", vão também, "captar mais rádio", o que ajuda a controlar e a garantir que "não cresçam", apesar de não ser possível destruir essas metástases com este tratamento, afirmou Gracinda Costa.
"É como se fosse um míssil dirigido", exemplifica, referindo que "as metástases têm um apetite imenso", sendo que, apesar de o rádio se difundir "por todo o corpo, vai-se localizar mais no sítio onde estão as metástases", destruindo o DNA das células metastáticas.
A quantidade de substância administrada é pequena - na ordem dos três nanogramas (três bilionésimos de grama) - sendo um tratamento "seguro, porque a toxicidade é muito limitada", frisou.
O tratamento Radio 233 está a ser aplicado a apenas um doente do CHUC, desde janeiro, registando-se já algumas "melhorias de qualidade de vida", apesar de a terapia ainda não ter sido concluída, avançou.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Saude/Interior.aspx?content_id=4568131 

Cientistas criam chocolate especial para ajudar a concentração

Cientistas criam chocolate especial para ajudar a concentração  

Ficha de Leitura nº 7                                                                   
Unidade de Ensino: Produção de Alimentos e Sustentabilidade
Conteúdo/Assunto: Um grupo de investigadores desenvolveu uma nova receita de chocolate negro, que fornece uma dose de energia extra ao cérebro. E promete ser melhor que café.
Resumo: Cientistas criaram este chocolate com o objetivo de aumentar a atenção sem fazer disparar a pressão arterial.



Cientistas criam chocolate especial para ajudar a concentração


Cientistas criam chocolate especial para ajudar a concentração

  Sabe aquele "período de quebra" durante a tarde em que parece impossível manter-se concentrado? De acordo com um estudo recente citado pelo Daily Mail, um quadrado de chocolate negro pode aumentar significativamente os níveis de atenção e alerta. E na sequência desta descoberta, o professor Larry Stevens, da Universidade Northern Arizona, em conjunto com a sua equipa, decidiu desenvolver uma nova tablete de chocolate que ajuda não só a "dar um impulso de atenção" mas também a manter baixa a tensão arterial - sabe-se que o chocolate é um "vasodilatador", ou seja, que a longo prazo "alarga os vasos sanguíneos e reduz a tensão arterial", pode ler-se no mesmo jornal.
Para a investigação, recrutaram 122 pessoas com idades compreendidas entre os 18 e 25 anos de idade. Foi-lhes feito um electroencefalograma enquanto realizavam exercícios de memória e raciocínio, para provar se, de facto, comer chocolate afetava a atividade cerebral. A dose de chocolate foi atribuída de acordo com o peso dos voluntários e estava embalada de forma a que não conseguissem ver o que estavam a comer. 
Os investigadores descobriram que "as pessoas que comeram um pedaço de chocolate, com 60% o de cacau, ficaram mais alerta e concentrados, em comparação com os que comeram um placebo". 
"Muitos de nós, durante a tarde, sentimo-nos mais cansados e incapazes de estar atentos, principalmente os estudantes. Bastava termos à mão uma barra de chocolate negro com um alto teor de cacau, para resolver o problema", disse o professor Larry Stevens ao Daily Mail. E tem de ser mesmo chocolate negro, com este exacto teor de cacau. Uma barra de chocolate normal, com elevados níveis de açúcar e leite, não produz os mesmos resultados.
Mas o objetivo era aumentar a atenção sem fazer disparar a pressão arterial. Por isso, combinaram o chocolate negro com l-teanina - um aminoácido presente no chá verde, que tem um efeito relaxante. Registaram uma quebra imediata da tensão arterial nas pessoas que consumiram "este novo tipo de chocolate". 
Este novo chocolate ainda não se encontra disponível no mercado mas a Hershey, um grande fabricante norte-americano, está interessada na receita. 

Fonte:
http://visao.sapo.pt/cientistas-criam-chocolate-especial-para-ajudar-a-concentracao=f819285 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Imunidade

Ficha de Leitura nº 9                                                                    
Unidade de Ensino: Imunidade e Controlo de Doenças
Conteúdo/assunto: Nova droga previne diabetes tipo 1 antes de a doença começar
Resumo: Pesquisadores descobriram um novo composto, SR1001, que previne os diabetes do tipo 1, eliminando a incidência de diabetes e reduzindo a infamação no pâncreas.

Cientistas TSRI (Florida campus of The Scripps Research Institute), testaram com sucesso um composto sintético eficaz o bastante para prevenir a diabetes do tipo 1 em teste com animais. “Os animais utilizados em nosso estudo nunca desenvolveram taxas de açúcar elevadas no sangue, que é um sintoma comum da diabetes, e danos às células beta que foram significativamente reduzidos em comparação aos animais que não haviam sido tratados com o nosso composto”, afirma Laura Solt, PhD, e bióloga do TSRI, que foi a principal autora do estudo.
O diabetes tipo 1 é uma consequência da destruição autoimune das células beta produtoras de insulina no pâncreas. Nesse quadro clínico, o corpo começa a atacar as células responsáveis pela produção de insulina, pois deixa de “reconhecer-las” como parte do organismo do paciente. O diabetes tipo 1 afeta aproximadamente de 5 a 10% dos pacientes com diabetes. O diabetes tipo 1 pode se manifestar por fatores hereditário como por exemplo, herança genética ou em conjunto com outros fatores do ambiente como infecções virais. Embora o tratamento padrão para a doença tem como objetivo substituir a insulina perdida, em vez disso o novo estudo concentra-se na possibilidade de impedir a devastação inicial causada pelo sistema imunológico – parar a doença antes mesmo de começar.
No estudo, publicado na edição de março/2015 da revista Endocrinology, os cientistas testaram um composto experimental conhecido como SR1001 em animais diabéticos não obesos. O composto foca em um par de receptores nucleares (RORα e RORγ) que desempenham um papel crítico no desenvolvimento de uma população específica (Th17) de células imunológicas associadas à doença. “Como as células Th17 têm sido associadas a uma série de doenças autoimunes, incluindo a esclerose múltipla, nós imaginamos que o nosso composto pode inibir as células Th17 na diabetes tipo 1 e, eventualmente, interferir com a progressão da doença”, diz Solt. “Nós estávamos certos.” Os pesquisadores descobriram que o SR1001 eliminou a incidência de diabetes e reduziu a infamação no pâncreas. O composto suprimiu a resposta imunitária, incluindo a produção de células Th17, mantendo ao mesmo tempo os níveis de insulina normais; também aumentou a frequência da expressão de Foxp3 em células T, que controla o desenvolvimento e função de um tipo de células imunitárias conhecidas como células T reguladoras. Solt observa que o estudo sugere fortemente que as células Th17 têm um papel patológico no desenvolvimento da diabetes tipo 1 e a utilização de compostos sintéticos ROR conduzidos a este tipo de célula pode ser terapia preventiva em potencial para a diabetes de tipo 1. “Certamente abre a porta para olharmos outras áreas”, disse ela.


Fonte: cienciasetecnologia.com, Março 2015
Imunidade

Ficha de Leitura nº 8                                                                       
Unidade de Ensino: Imunidade e Controlo de Doenças
Conteúdo/assunto: Médicos trocam crânio de mulher por prótese de plástico impresso em 3D

Resumo: Hospital holandês executou com sucesso a primeira cirurgia de troca da parte superior do cérebro, feita em mulher com uma doença rara que lhe fazia aumentar a espessura do cérebro de forma alarmante.

Paciente tinha doença rara que fazia crânio ficar com 5 cm de espessura.
Cirurgia foi feita no Centro Médico Universitário de Utrecht, na Holanda.
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/noticias/figuras/3d.jpg
Um hospital holandês obteve com sucesso a primeira cirurgia de troca da parte superior do crânio de uma paciente por uma prótese plástica criada em impressão 3D.
A mulher de 22 anos sofria de uma doença rara que engrossava o crânio de forma anormal. No caso dela, o crânio tinha 5 centímetros de espessura, quando o normal seria 1,5 centímetro.
A cirurgia foi realizada no Centro Médico Universitário de Utrecht, na Holanda, e durou 23 horas. Próteses criadas em impressoras 3D já haviam sido usadas para substituir pares do crânio, mas esta é a primeira vez que quase toda a caixa craniana é substituída em um paciente.
O procedimento gera resultados melhores porque o uso de peças com essa tecnologia instantânea permite fazer uma reconstrução mais precisa.
"Usando a impressão 3D, podemos fazer um para o tamanho exato”, explico o médico Bon Verweij, que comandou a cirurgia, em entrevista ao jornal Dutch News. “Isto não só tem grandes vantagens estéticas, mas a função do cérebro dos pacientes muitas vezes se recupera melhor."
A cirurgia foi realizada há três meses, mas o hospital anunciou o procedimento nesta sexta-feira (26) depois de se certificar que a mulher se recuperou completamente. "Ela já voltou ao trabalho e é impossível perceber que ela foi operada", afirmou.


Fonte: sobiologia.com, Março 2014

Imunidade

Ficha de Leitura nº 7                                                                       
Unidade de Ensino: Imunidade e Controlo de Doenças
Conteúdo/assunto: Toxina letal para peixes é valiosa para a biomedicina

Resumo: AIP56, toxina libertada por uma bactéria que infeta peixes, tem um enorme potencial na medicina, uma vez que esta toxina pode ajudar a tratar cancros e doenças inflamatórias.

Uma toxina libertada pela bactériaPhotobacterium damselae piscicida, que infecta peixes, tem características promissoras para a biomedicina e a biotecnologia. A AIP56, hoje descrita num artigo publicado na «PLoS Pathogens» por uma equipa do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), já foi sujeita a pedido de patente e, segundo os autores, a forma como a bactéria ludibria o sistema de defesa dos peixes, poderá ser extrapolada para os humanos, abrindo portas ao desenho de novas terapêuticas e para novos testes laboratoriais.

A toxina AIP56 causa eventos dramáticos nos peixes infetados, atuando em células do seu sistema imunológico (macrófagos e neutrófilos) que desempenham uma função essencial na defesa contra organismos invasores. Em consequência, as células são conduzidas a um tipo de morte programada, denominada apoptose. Esta situação culmina na necrose acelerada de alguns órgãos internos, levando à morte dos animais. E será o aproveitamento desta estratégia que os autores propõem para aplicação biomédica.
Ao longo dos anos, os investigadores têm-se debruçado sobre esta bactéria numa perspetiva de minimizar o impacto que o agente infecioso tem na produção intensiva de peixe. No entanto, o trabalho agora divulgado segue uma nova abordagem ao tentar tirar proveito do que se conhece sobre a forma de acão da bactéria, e em particular da sua toxina. Esta abordagem vê a AIP56 como potencial ferramenta aplicável quer diretamente à biomedicina quer à investigação.

A engenharia natural da toxina AIP56 coloca-a no grupo das designadas toxinas A-B. Isto porque tem dois elementos principais: o A, que atua no interior das células desativando o NF-kB, um factor de transcrição que desempenha um papel central na resposta inflamatória e que inibe a morte celular; e a parte B que funciona como mecanismo de transporte, permitindo que a parte A chegue ao interior das células onde vai atuar sobre o NF-kB.

Bactéria ludibria organismos infetados

Assim, a bactéria Photobacterium damselae ludibria os organismos infetados, através da toxina AIP56, pelas duas vias: por um lado garante entrada da toxina nas células, por outro impede a activação do NF-kb, evitando o processo inflamatório, conduzindo à morte das células que deveriam destruir a bactéria e defender da infeção.
Para Nuno dos Santos, líder do estudo, “a questão está em saber tirar partido da função da toxina e conseguir manipular a sua atuação para nosso benefício”. A história da ciência está repleta de descobertas científicas com contributos importantes para a sociedade que resultaram de “observações inesperadas, muitas vezes de áreas científicas que não estão diretamente relacionadas com a aplicação da descoberta propriamente dita”, adianta o investigador.

De facto, a equipa tem-se centrado prioritariamente nos processos de infeção em peixes, de forma a encontrar meios de evitar a propagação de doenças em aquaculturas intensivas e, por isso, muita da investigação que têm efetuado ao longo dos anos resulta de parcerias com empresas para o desenvolvimento de vacinas passíveis de aplicação na aquacultura. Porém, a AIP56, uma das toxinas que têm vindo a estudar nos últimos anos, revela agora um enorme potencial para utilização em saúde humana.

Praga para peixes e benefício para humanos

Quando questionado sobre as possíveis aplicações, Nuno dos Santos esclarece que “a ativação desregulada do NF-kB está associada a inúmeras situações graves como doenças inflamatórias, doenças auto-imunes e vários tipos de cancro (entre outras)”. Por esse motivo, o NF-kB é um “alvo excelente para tratamento dessas patologias”.

Nesta perspetiva a AIP56 tem e um enorme potencial para utilização em medicina, tendo os investigadores feito um pedido de patente para este tipo de utilização da toxina. Contudo, para Nuno dos Santos, “a AIP56, tem mais potencialidades a explorar, já que a parte B poderá vir a ser utilizada para transportar medicamentos para o interior das células, como se fosse um endereço postal”, ideia também já sujeita a pedido de patente.

O investigador remata dizendo que “talvez em breve vejamos como uma praga para os peixes poderá ser um benefício para os humanos”.

Fonte: cienciahoje.pt, Março 2013